“Sabrina”
ou “Crepúsculo”?
Minha
resposta talvez seja: os dois juntos e misturados. A Saga “Cinquenta Tons”,
pelo menos nos dois primeiros livros, nada mais é do que o relacionamento
obsessivo de Bela e Edward regado a sexo. Confesso que não estou nem um pouco
animada ao escrever esta resenha, pois só tenho análises negativas a dar.
O primeiro
tópico, e o que mais me incomodou, foi o vocabulário. Este é extremamente
limitado, tanto nos diálogos, nas descrições sentimentais da narradora, quanto
na narração das cenas sexuais. Sério. Quantas palavras existem no mundo para
nomear a relação sexual? Ou os órgãos genitais? Ou as posições, carinhos,
apetrechos...? Sério. Sexo é uma das indústrias que mais movimenta dinheiro no
mundo e está presente na literatura, filmes, séries, escola, alimentos,
roupas... meus Deus! Como a autora não se vale desse conhecimento adquirido na
TV aberta para enriquecer o livro???? Não faz sentido uma cena sexual
sadomasoquista ser narrada com uma linguagem ineficiente e puritana. E os
diálogos, então? Idênticos. Parece que ela criou epítetos, igual nas epopeias
antigas. Só que na Grécia a repetição era necessária pela questão rítmica da
escansão e não por falta de criatividade. E a frustração não para por aí,
porque a relação dos dois é apresentada com vocabulário de um amor
infanto-juvenil: cansativo, piegas, idealizado e CANSATIVO.
Apesar
disso tudo, a escolha do tema foi inteligente sim. Primeiro, pelo dinheiro,
lógico. Que tema melhor que o sexo para atrair público consumidor? Segundo,
pela complexidade. Se trabalhado direito, o tema pode acrescentar muito na vida
de uma pessoa, pois envolve pressões sociais, psicologia, dinheiro, autoestima,
educação e lá se vai a lista... mas nada foi abordado. Nada. Crítica número 1:
sadomasoquismo pode ser considerado um estilo de vida, não precisa ser causado
por traumas, necessariamente. Mas não, a autora o condena do início ao fim e o
embasa no contexto mais obvio possível: abuso sexual na infância. Jura? Não é
só violência que gera violência. As causas são múltiplas para um comportamento
como esse, inclusiva a livre escolha. Crítica número 2: a combinação de uma
menina com baixa autoestima com um homem abusado e sadomasoquista é explosiva e
não foi abordada em nenhum momento!!! Foi ridicularizada porque ambos agem de
maneira oposta. Ela se torna a dominadora e ele o dominado. Como assim? Com base
em quê? Nenhum dos dois nunca teve um relacionamento na vida? Como podem passar
da água pro vinho em 15 dias – sim, é isso que leva pra eles anunciarem o
casamento -?
Acho que
quando a autora se deu conta de que narrar apenas cenas de sexo não ia dar três
livros, muito menos quando a maior violência descrita por ela dar tapinhas do
bumbum, ela resolveu criar uma trama misteriosa, de vingança e aventura. Mas sua
competência para isso é idêntica a de descrever a relação sexual dos dois. Tudo
é raso, óbvio e previsível.
Ruim. Muito
ruim. Aiaiai que ruim. Me recuso a ler o terceiro. Ponto.
Por essas e outras, não tenho a mínima vontade de ler esta trilogia. Mas dos comentários eu gostei. Beijos
ResponderExcluirhauhauahua.... acho que vale ler para conversar com aqueles que leram e que gostam, para entender do que eles falam e poder fazer um comentário perspicaz. Mas só pra isso serviu pra mim... hehe
ExcluirBjinhus
Alguém na face da Terra concorda comigo.
ResponderExcluirSempre que faço esse tipo de crítica, tanto ao livro, quanto à escrita pobre da autora, sou tachada de chata e preconceituosa com o gênero literário. Não, o gênero não é o problema, mas sim a pobreza de vocabulário, pesquisa e dedicação ao livro.
http://bibliotecacolorida.blogspot.com/
O livro é repetitivo. As cenas de sexo, os diálogos. Tudo é clichê. E a parte importante sobre a discussão de pessoas que precisam da dor para obter prazer não foi aprofundada. Tudo é raso. Pobre. Triste. Mas para aqueles que gostam do gênero, amém! Do gibi, ao espiritismo, ao policial, à teoria, o que vale é ler.
ResponderExcluirBjinhus, querida!