sábado, 18 de julho de 2015


Dicas nunca são demais

            “Sobre a escrita” foi um livro que tive vontade de ler de imediato assim que vi seu lançamento. Como recusar dicas vindas de um dos maiores escritores do mundo?
            Confesso, envergonhada, que nunca li nada do King. Sim, nunca li porque tenho uma dificuldade muito grande de me encontrar em livros de suspense e terror. Nunca consegui ficar realmente assustada - até recentemente com “Deixa ela entrar” (mas isso é assunto para outro post) – com livro de terror. Então pensei que ler sobre a forma como eles são produzidos me fizesse entender melhor seu funcionamento e assim me entregar ao medo numa próxima leitura ou perdoar ineficácias que antes desconhecia.
            Então precisamos começar por aí, o livro são dicas de escrita para aqueles que vão produzir livros de ficção e de suspense. Ponto. Apesar de ter dicas gerais de pontuação, construção frasal, escolha vocabular e estilo que são úteis até para alunos do Ensino Fundamental, elas são poucas perante o objetivo do livro. Então não adianta criticar as dicas levantadas como parcas ou superficiais, porque esta foi realmente a intenção do King. Ele mesmo começa o livro dizendo que a chance de ele ser um fracasso e falar muito sem dizer nada é de 100%. Rs. Pois é.
            Por isso o livro é leve, despretensioso. E por isso funciona. Ele começa com King contando de sua vida, fazendo uma pequena autobriografia toda voltada obviamente para seu processo de escrita, formação acadêmica, familiar e emocional que o levaram a se tornar o profissional que é. Depois ele nos fornece dicas preciosas. E bem específicas. Como montar seu escritório. Durante quantas horas trabalhar por dia. Qual o melhor horário. Quando deixar as pessoas lerem seu rascunho. Como construir personagens. Usar voz passiva ou ativa. Blábláblá.
            E não se assuste com os termos gramaticais, porque todos eles são explicados e exemplificados (o que é a melhor parte, porque são muito ilustrativos) no livro, já que o público pretendido por King é... você, eu, todo mundo que queria ler, escrever ou criticar ficção.
            Mas o importante de se lembrar é que o King dá dicas que funcionam PARA ELE. Gente, se conselho fosse sempre muito bom e funcionasse, minha vó estaria rica. Não é bem assim. O que funciona para ele, não funciona para o Leonardo Padura, por exemplo, que disse tudo oposto do King numa palestra dada na Flip. Isso quer dizer que não funcione em nada para você. Para mim por exemplo, metade das dicas seriam inúteis, porque não consigo começar a escrever nada sem planejar seu começo, meio e fim. Não tem essa de ir descobrindo a personagem e se assustando com as cenas conforme as crio. Mas o King acredita que sim, se o escritor se assusta, o leitor também o fará. Isso soa pobre para fim, fácil demais, com muitas possibilidades de incongruência e fios soltos ao longo do texto que não teve planejamento prévio. Mas... quem sou eu pra brigar com ele? E isso jamais funcionaria para um drama familiar, para uma história de amor. Mas para o terror... pode ser...

            Bom, ademais do demais, adorei o livro. Leve, divertido, útil e que me deu um gostinho de ler histórias de terror pra já!
Escrito por Unknown Data: 7/18/2015 07:31:00 PM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!

segunda-feira, 20 de abril de 2015


Como falar sobre seu livro favorito?

            Acho que esta é uma tarefa impossível. Óbvio que uma resenha sempre é crítica, mas aqui vai entrar muito mais a emoção do que o olhar racional em si.
Meu primeiro contato com o Gabo foi através de “Cem anos de solidão”, emprestado de uma amiga durante a faculdade. Confesso que entendi pouco, mas mesmo assim me apaixonei pelo modo de escrever daquele autor tão... diferente. Alguns meses depois, vendo TV, me deparei com o filme “O amor nos tempos do cólera”, já começado, mas mesmo assim parei para assistir por ser uma obra desse grade autor que não havia ainda compreendido. Amei o filme, a despeito dos muitos que o odiaram.
Na mesma semana cacei o livro na biblioteca. Não havia. Em espanhol eu não lia. Tive que comprá-lo. E eu o li, freneticamente, por uma semana. Sem parar. Mas assim que as últimas páginas foram se aproximando, fui economizando o livro, enrolando para lê-lo, com medo de me despedir. Quando o fiz, chorei. Chorei rios, litros, poças, teria resolvido o problema da Cantareira em 5 minutos. Minha mãe se assustou e veio me perguntar o que estava errado e eu só consegui dizer: “Estou triste porque nunca mais vou ler nada tão bom quanto isso.”. Minha vida literária havia acabado. Fiquei uns 15 dias sem conseguir tocar em outro livro, fato muito difícil para uma rata de biblioteca desde a infância.
Aí você já imagina o que foi este livro para mim. A história de amor pareceu linda. Desesperada e perfeita. O casamento nunca havia sido retratado de maneira tão realista e pura. O sexo desproposital não enojou. E corpos boiando no rio enquanto um casal se declarava amorosamente no convés pareceu normal. Olha o que um livro faz com a gente.
Mas aí veio a obrigação da releitura. Detesto reler livros por medo de estragá-los, porque eu acredito que a leitura não é composta apenas por aquilo que está escrito, mas pelo estado de espírito, local em que ela acontece. Agora eu tinha que fazer um trabalho da faculdade sobre ele, com propósitos críticos e relacionados à obrigação de passar de semestre. Pronto. Metade do livro morreu pra mim. A leitura não foi agradável, cheia de amor, surpresas. A dedicação era obrigação. Mas a experiência não foi de todo ruim. Percebi como amadurecemos ao longo dos anos. 5 anos depois da primeira leitura, odiei Florentino Ariza, que me pareceu um louco exagerado e não mais um eterno e genuíno romântico. O casamento de Fermina e Juvenal soou mais cadenciado, teve mais sentido e confesso que torci por eles. A mulher se tornou minha heroína, mesmo com todo seu egoísmo e intransigência. E por isso tive medo. A guerra ao redor deles me incomodou mais do que a história de amor. Consegui achar Macondo em várias ruas desta cidade tão diferente. E o cólera... se misturou ao amor das personagens, à minha raiva da releitura, ao desapontamento dos nossos governos que continuam tão despreparados.
A história? Não mudou. E não importa. Mas as descrições... !!! ... ai... O modo de contar a história, ir e voltar no tempo, seguir um fluxo de pensamento improvável pro momento. Tudo isso é que interessa. O amor idoso. A crítica social. O humor/amor por aquela sociedade tão nossa e tão primitiva. O desejo que construir uma América tão abandonada e tão distante é que me fizeram ainda amar o livro e o autor.

Mas confesso que continuo não adepta às releituras.
Escrito por Unknown Data: 4/20/2015 11:47:00 AM 2 comentários LEIA TODO O TEXTO!

Entrando no mundo dos quadrinhos

            Há mais ou menos umas três semanas, postei um vídeo no Youtube pedindo ajuda para começar a ler quadrinhos. Dentre as muitas indicações, uma das que mais se destacou foi “Persépolis”, HQ em formato de autobiografia composta por uma iraniana sobre suas experiências com os golpes fundamentalistas e repressivos em questão de religião e liberdade de expressão.
            Muito desse tema tem se discutido na mídia, nas escolas e não poderia fugir a literatura. Mas o que esse quadrinho tem de novo é a personagem e a visão que esta dá aos fatos. Primeiro, ela não deixa de contar de sua vida, infância, adolescência, descoberta sexual e amorosa, conflitos familiares, padrões de beleza que são extras, porém também incorporados ao sistema governamental que ela tanto critica. Gostei dessa visão tão humana, tão próxima de nós a um assunto, para os brasileiros, ainda tão distante. Marj não deixa que as guerras separatistas, as bombas e o fundamentalismo ofusquem seus dramas internos e comuns a qualquer garota. Eles apenas se misturam, intensificando seus problemas.
            E aí entra o segundo ponto interessante do livro, muitos dos problemas pelos quais a personagem passa são causados por ela mesma. Ela não é a vítima martirizada, total. Ela é uma garota que comete erros ao tentar se descobrir. E paga pelas consequências deles. Chega daquele maniqueísmo tão comum dos livros que retratam cenas de grande opressão, como o Holocausto, Revolução Russa ou Cubana, Ditaduras no geral. Temos uma visão sim de alguém oprimido, mas que não é mártir, apenas uma pessoa normal.
            Porém aí preciso fazer uma crítica. Marj é normal, mas nem tanto. Ela é bisneta do antigo imperador. Seu pai é engenheiro. Eles têm dinheiro. E só por isso ela conseguiu sobreviver, ir morar em Viena quando a opressão ficou pesada demais, não foi presa e torturada diversas vezes. E nada disso foi abordado no livro. Soou um tanto hipócrita sua opressão, seus gritos contra o fundamentalismo e sua falta de medo perante os ditadores porque esta sempre tinha um meio de fuga. Pais que pagavam para tirá-la do país, pais que pagavam para tirá-la da cadeia. Pais que pagavam a maconha que ela fumava para se desligar dos problemas pessoais por que passava em Viena (!). Confesso que isso me incomodou. Mas acho que essa é uma das poucas visões oprimidas a que teremos acesso, porque os reais sucumbidos nunca conseguirão se exprimir, por falta de oportunidades, que a Marj teve.
            Adorei o fato das ilustrações serem em preto e branco, quase que refletindo a incapacidade de Marj se encontrar e se achar no mundo. Ela não sabia que profissão seguir, o que estudar, como fazer amigos, acreditar ou não na mídia, como amar. Nem mesmo ela conseguia entender quem era: uma iraniana em Viena, ou a ocidentalizada no Irã. Tudo era confuso, sem cores, amargo. Gostei também dos traços simplistas, não reprimindo, portanto, a criatividade do leitor de preencher os espações e descrições latentes que não eram amplamente representadas nos quadrinhos.

            No geral, gostei muito do livro. Mas ainda prefiro o olhar de “Maus”, por exemplo, muito mais pesado, cruel, sobre perseguições ou catástrofes. Ou o olhar da trilogia “Princesa” sobre a perseguição religiosa sobre a mulher, que também é contata por alguém da elite, mas que se dá ao luxo de analisar com muita humildade esse aspecto.
Escrito por Unknown Data: 4/20/2015 11:26:00 AM Comente! LEIA TODO O TEXTO!

sábado, 21 de março de 2015


Vou ter que fazer com meus filhos

            Acho que essa foi uma das maneiras mais cálidas que já vi de demonstrar amor por uma criança: mantê-la o maior tempo possível no mundo da imaginação.
            Tolkien, além de proporcionar a nós, meros estranhos, a possibilidade de sonharmos com mundos inimagináveis, com elfos, anéis mágicos, dragões e hobbits, ele criou para seus filhos um universo próprio, criativo e tão mágico quanto, mas com o Papai Noel nele.
            Hoje, com a banalização que as datas festivas assumiram, reduzidas a dias para se dar presentes, uma inciativa como essa é memorável. Tolkien, através da lareira da casa, criou um canal de comunicação entre os filhos e os seres que habitam o Polo Norte Imaginário. Ele se passava pelo próprio Papai Noel, pelo Urso Polar e seus sobrinhos, pelos elfos das terras geladas, para conversar com os filhos sobre, sim, seus presentes desejados, mas também sobre a importância do Natal, as cruezas da guerra, os problemas financeiros da família, o amadurecimento pela idade que chegava. Com muitas ilustrações - que jamais serei capaz de fazer para meus filhos – o autor possibilitou que suas crianças ficassem alguns minutos a mais ao longo do ano e de suas vidas num mundo só delas, para o qual só a infância tem a chave.
            Ele criava uma letra própria, tremida de frio, para o Papai Noel, outra com muitos erros ortográficos para o Urso e mais uma, caprichada, para o tão organizado elfo. Tudo para esconder a semelhança com a sua e manter a ilusão. Suas cartas são repletas de aventuras, trapalhadas dos funcionários, invasões de inimigos, linguagem em código e tudo o mais que uma criança amaria.
            Por mais que os irmãos fossem crescendo e descobrindo as horríveis verdades de um mundo sem magia, Tolkien continuava se correspondendo com os filhos menores e sem nunca deixar de mandar lembranças e beijos aos que já haviam crescido. Manteve a tradição da lista de presentes, da carta que deveria provar o merecimento deles, das meias penduradas pela casa e da lareira como um pombo-correio.
            O livro é incrível. Inspirador. Esperançoso. Uma luz no fim do túnel para pais frustrados com a impessoalidade da nossa mídia, da nossa economia capitalista, dos livros sem magia.

COM CERTEZA aplicarei o experimento aos meus filhos. Mas os desenhos vão ter que ficar para uma outra vida.
Escrito por Unknown Data: 3/21/2015 10:48:00 AM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!

Um estranho no ninho

            O “Memórias” é uma antítese ambulante. Primeiro, porque não são memórias. Nosso narrador é em terceira pessoa e nada tem a ver com a história. Não é personagem. Nem viveu no tempo delas. Ele narra a história das peripécias de Leonardo e sua trupe mais de 20 anos depois do ocorrido.
            Segundo, o livro está inserido na escola romântica, por ter sido escrito nesta época, mas não compreende um romance romântico propriamente dito. Ele é um patinho feio. Uma exceção. Manuel Antônio de Almeida o escreveu por precisar de dinheiro para manter a família que, além de ser de classe média, era órfã do provedor, o pai. O autor cursava medicina e contribuía com o jornal “Correio Mercantil” no caderno dominical bem humorado e liberal, “A Pacotilha”. Por isso, talvez, o livro se mostre tão satírico assim: para atrair maior público e pelo local em que era impresso como folhetim.
            Não há qualquer tipo de idealização, nacionalismo ou sentimentalismo exagerado, comuns ao Romantismo. Os exageros talvez apareçam para tornar as cenas engraçadas, mais ainda assim, bastantes características da primeira metade do século XIX.
A classe média é colocada em cheque e vira, pela primeira vez, objeto de análise. Por isso o livro é por muitos chamado de romance documental, histórico, caricatural ou episódico. Nele, as festas, procissões, batizados, costumes, vestimentas, linguagem, locais comuns e valores desse estamento social são expostos de uma maneira muito divertida, sem realmente fazer uma crítica a eles. Um tanto quando a la Alencar, ao retratar essas mesmas características do interior do Brasil em “Til”, mas sem todo o nacionalismo e enfoque à natureza. As outras classes sociais são completamente excluídas. Negros aparecem como mero ornamento decorativo e não recebem o olhar crítico ou humorístico do autor. O mesmo se dá com a elite, que não é nem sequer citada, a não ser pela D. Maria, a personagem mais bem posicionada economicamente na história.
Por ser caricatural, suas personagens são planas: não evoluem ao longo da história; e também, tipo: representam um grupo social e não um indivíduo em particular. Por isso muitas delas não têm nome, ou sobrenome. E todas elas sambam na corda que ora pende para o lado da ordem, da lei, da bondade; ora para o lado da desordem, da corrupção, do jeitinho brasileiro e da vingança. O livro, portanto, não é maniqueísta. É sim um retrato de grupos característicos de uma certa sociedade, sem qualquer tipo de embelezamento.
Vamos, ao longo da leitura, acompanhando a vagabundice de Leonardo, o dedo podre para o amor de Pataca, a timidez de Luisinha, as chatonices da vizinha, a inocência do padrinho, as fofocas de D. Maria e da comadre, as perseguições de Vidigal; mas tudo num fio cronológico, porém pouco conectado entre si. O enredo parece ser muito tênue e desimportante, pois as cenas, os episódios são muito mais significativos para o propósito do autor.

O livro é interessante, possui uma linguagem acessível. Mas é raso. 
Escrito por Unknown Data: 3/21/2015 10:23:00 AM Comente! LEIA TODO O TEXTO!

sexta-feira, 20 de março de 2015


Tomates

Tomates. Vermelho. Amargo. Vida. Amarga. Tomate. Madrasta. Amarga. Partida. Triste. Tomate. Família.
Não vejo melhor maneira de descrever esta obra. Mas que coisa incômoda!
Descobri que o tinha na prateleira no susto. Estava tentando organizar a fila de livros não lidos – que, por sinal, é impossível de ser organizada já que muda conforme o humor, o período do mês, o tamanho do livro, a tara e a preguiça -, e percebi que “Vermelho amargo” estava na estante. Não me pergunte como ele foi parar ali.
Já que havia visto vários blogs no último mês comentando sobre ele, e também por ele ser fininho, decidi dedicar meu sábado a ele. Peguei o volume de capa dura, que se assemelha realmente à madeira, o que até dificulta seu manuseio. Sentei no sofá e encarei as letras tão vermelhas quanto a capa. E fui embora. Sem conseguir parar até terminar as míseras – porém intensas – 60 páginas.
O livro é mais um conto que uma novela ou romance. Mas tem uma densidade inusitada para tal gênero. É mais lírico que narrativo. E que poesia! Que linguagem! Toda definição de prosa poética se encontra nele.
Uma família. Muitas partidas. Uma nova mãe. Muita tristeza. E muitos... tomates. Eles compõem toda a metáfora de dor, abandono, partida, saudade, tristeza e substituição que o livro retrata. Lógico que teria que ser um tomate, comida odiada por metade das crianças do mundo, inclusive por aquela que nos narra a história. E quanta tristeza e quantos tomates para uma criança só.
Infelizmente é impossível falar muito sobre esse livro, assim como é impossível falar sobre um poema plenamente. Ele tem que ser lido.

Então mãos a obra!
Escrito por Unknown Data: 3/20/2015 09:06:00 PM Comente! LEIA TODO O TEXTO!

Na mosca
       
       Sabia que iria gostar dele mesmo antes de tê-lo comprado. Vi a release do livro no Facebook, numa divulgação da própria Cia das Letras e não esperei nem 2 minutos para automaticamente entrar nos sites de livrarias em que costumo fazer compras para pesquisar o preço. Como achei um tanto quanto caro, decidi esperar.
Mas confesso que não durou muito a espera. Sabe aquela coceirinha na mão? Pois é. Fui a uma livraria física no fim de semana e tive que ver o livro com as mãos. E aí tudo se explicou. Ele é grande, grosso, com papel de boa qualidade, muitas imagens e capricho maestral. Vi que valia a pena o preço e comecei a ler logo na livraria, tomando um café e comendo um bolinho.
Saí de lá lendo o livro e acho que não parei mais até tê-lo terminado, coisa que fiz em uma semana, creio eu. Por isso acho que não há definição melhor do que aquela que já está na capa do livro, que ele corresponderia a uma caixa de bombons literários, porque ele é simplesmente viciante. Você lê uma carta e fala, “ah, vou ler só mais uma”, e, quando viu, já leu mais quatro.
As cartas são tão diversas em forma, época de escrita, temática e linguagem que o livro nunca cansa – a não ser o braço por ficar segurando esse trambolho de um quilo. Há algumas inusitadas, que te fazem pensar: “Sério que tem gente que faz isso?”, “Sério que as pessoas realmente mandam cartas para o presidente?”, “Sério que aquele artista responde as cartas das fãs?”. Porém há outras que não mudaram em nada minha vida, nem sequer chamaram minha atenção. Mas elas são bem compensadas.
Algumas das cartas vêm com seus respectivos fac-símiles. Outras com ilustrações da editora, com fotos do interlocutores, ou da situação em si, ou da época. Mas o mais importante talvez seja o box de informação que aparece ao lado da carta, dizendo quando, onde, por quem, para quem e sob qual circunstância a carta foi escrita. Sem isso, muitas delas não fariam o menor sentido, pois o contexto é elementar para seu entendimento.

Há cartas de fãs para o Elvis; do Elvis para o presidente dos EUA; dos descobridores da fita dupla de DNA; a carta suicida da Virginia Woolf; outra de grandes escritores para outros grandes escritores esculhambando seus trabalhos; de artistas para seus fãs; de pessoas comuns indignadas com a situação do país, da guerra; de pais para seus filhos com mensagens realmente tocantes; de pessoas vivas para pessoas mortas... ah... há bombons de todos os sabores.
Escrito por Unknown Data: 3/20/2015 08:51:00 PM 2 comentários LEIA TODO O TEXTO!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Compras na Doce Quimera

   Conheci a loja da Bárbara há um mês mais ou menos pelo canal da Mel Ferraz, do blog Literature-se. Achei os produtos super fofos e decidi comprar alguns para mim para experimentar. Acabei gostando tanto que logo comprei mais coisinhas.
   Os produtos da Doce Quimera são artigos manufaturados pela querida Bárbara com muito capricho e com materiais de qualidade. Todos eles são voltados para os apaixonados pela leitura, como nós. Há capas de livros e e-readers, marca páginas, estojos, flags, bolsas etc.
  Vou mostrar um pouquinho do que comprei e detalhá-los para vocês.
   Comprei duas capas de livros lindíssimas, uma com estampa floral e outra com vários rostinhos felizes. Ambas são acolchoadas, para proteger os livros de impactos, e feitas de um tecido resistente por fora. Por dentro elas são estampadas com bolinhas e têm alcinhas para prender a capa dos livros. Dentro há também um bolso para colocar canetas, postits, etc. As duas abas são presas por um elástico que se enrosca num botão. Havia MUITAS opções de estampas, fica até difícil escolher. Tem de flores, bicicletas, da Jane Austen, geométricas, lisas, ou seja, há para todos os gostos, gêneros e momentos. Só que só há um tamanho padrão, então alguns livros não caberão nessas lindas capas, infelizmente.

   Além das capas super fofas, comprei também um estojo que funciona como marca-páginas. Ele é de tecido branco com estampa colorida. Tem um zíper branco também e dentro segue o mesmo padrão de estampa de bolinhas. Ao redor dele há um elástico que serve para prender as páginas lidas junto com a capa. Ele é super prático, pois, além de marcar em que local do livro parou sua leitura, carrega consigo os grifa-textos, postits, lápis, etc.


   Os dois tipo de produtos vêm com indicação de como lavar, limpar, transportar, num cartão personalizado pela loja. Sem contar que você recebe um marca-página com o logo da Doce Quimera.

  Mas eu fui sortuda demais porque ganhei de presente da Bárbara: uma agenda linda que já está em uso. Pequena, prática, e encapada em tecido roxo, com um marcador embutido para registrar em que semana estamos. Mas o mais legal de tudo foi o bilhete super carinhoso que veio com ela!
  As encomendas feitas podem ser pagas pelo cartão ou por depósito em conta (neste há desconto). E os produtos são entregues por correio. 
   A primeira encomenda que fiz levou apenas três dias para chegar. Já a segunda, por conta dessas infinitas greves, demorou dez. Ainda assim, tudo foi rápido, transcorreu sem problemas, atrasos, nada. Tudo perfeito. Ainda mais porque o sistema do site manda muitos emails atualizando o status do pedido, como "enviado", "finalizado", "recebido", etc. Os produtos vêm super bem embalados. primeiro em saquinhos plásticos individuais e depois numa caixa ou envólucro especial do correio.

  A única coisa que achei ruim foi o preço do frete. Paguei algo como R$15,00. Mas isso pode ser facilmente contornado com uma compra em conjunto, por exemplo. E foi exatamente isso que fiz da segunda vez: comprei artigos para mim, para meu noivo e para uma amiga. Assim tudo pode ser dividido democraticamente e valer ainda mais a pena a compra.


     Fica aqui então uma dica muito boa para quem gosta de artigos de papelaria personalizados, feitos com carinho e capricho e que vão durar muito tempo.

  Só experimentei alguns itens, mas ainda há bolsas com várias estampas, marca-páginas de borracha com mãozinhas que indicam até a linha quem você parou a leitura, capas de e-readers, etc. 
  Indico muito o site e a compra, galera! Minha experiência, pelo menos, foi muito boa!
   Deixo por último um incrível parabéns a Bárbara, porque o talento dela é incrível!




Escrito por Unknown Data: 2/18/2015 12:24:00 PM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015


Nasci na época errada

            Esse é um livro que me deu aquele vontade que todos temos de visitar um outro momento histórico e viver pelo menos 15 minutinhos naquele tempo, naquele lugar. O tempo: década de 1920. O lugar: Nova Orleans. O motivo: o jazz.
            O livro é, na verdade, uma coletânea de textos do Vinícius sobre o jazz, escolhidos por Eucanaã Ferraz, professor da UFRJ, quem tive o prazer de ver ao vivo na Flip de 2012 falando sobre Drummond de uma forma tão bela e instigante que me lembrou os tempos felizes da faculdade.
            Eucanaã abre o livro explicando sobre o mundo escravista, especificamente o norte-americano, já que o jazz foi um movimento cultural de raízes negras. Em seguida, conta um pouco sobre a vida do Vinícius, mas apenas os fatos que o levaram a estudar e trabalhar nos EUA, onde conheceu o gênero musical e boa parte dos grandes intérpretes desse estilo. Para só então trazer textos, crônicas do Vininha sobre o jazz.
            A organização se mostrou muito boa, pois as primeiras crônicas falam sobre a criação do gênero, suas diferenças com o blues, com o spiritual e outras tendências da época. Em seguida, há relatos do poetinha sobre seu contato com os grandes músicos quando esteve nos EUA: as melhores lojas de discos a se frequentar, os estúdios de gravação de tapes, as mais badaladas casas de shows. A partir daí, Vinícius emenda sua crítica e experiência com o preconceito e a segregação racial tão fortes em Nova Orleans naquela época, relatando casos de abuso incríveis.
            No final, não podendo fechar de melhor maneira: há poemas de Vinícius sobre o jazz, sua época, o preconceito. E tudo sempre permeado por fotografias do poeta, de músicos, de escravos, de capas de discos, de figuras ilustres da época.

O livro por final é lindo, uma obra de arte que agrada os olhos e a mente. Deveria só ter vindo acompanhado de uma boa coletânea de músicas para ser escutada enquanto dura a leitura.
Escrito por Unknown Data: 2/11/2015 08:28:00 PM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!

Tudo tem limite

            “Outra volta do parafuso” ou “A volta do parafuso”, mesmo livro, muitos nomes, é um daqueles clássicos que você nunca diz que está lendo pela primeira vez, e sim que está relendo, de tão conhecido e aclamado que é. Acho que por esse motivo cheguei a ele com uma percepção já formada, sabendo o que iria achar.
            Este é um dos primeiros livros de suspense; ele apresenta o gênero para o mundo, por consequência, ainda não o tem aprimorado, mas boa parte das técnicas depois usadas por grandes autores como Stephen King e Agatha Christie estão lá.
            O livro é mais uma novela que um romance pela sua pequena extensão, mas já consegue criar muito bem o clima de tensão necessário a qualquer história de suspense. Há uma babá solitária, crianças que parecem boazinhas demais, fantasmas, uma empregada pouco inteligente, um tio que nunca aparece, um mistério no ar sobre a expulsão do menino mais velho da escola e sobre a morte de dois antigos funcionários. E tudo se passa numa mansão gigantesca, cheia de torres e ameias, bem no meio do campo, longe de tudo.
            Mas o que me prendeu de verdade, e o que eu já sabia que seria meu ponto principal de análise desde o começo, foi o foco narrativo. Pelo texto ser escrito em primeira pessoa, seria impossível não desconfiar da narradora. É incrível como toda cena de suspense tem sempre dois pontos de vista: 1. Há um fantasma por ali mesmo, que ela e todos veem, mas ninguém quer tocar no assunto por ser assustador demais; 2. A narradora é louca e só ela enxerga o que não existe de verdade. Esse clima é demais. Mas tudo tem limite. Achei que muitas cenas soaram repetitivas, óbvias, previsíveis. E muitos mistérios ficaram pendurados sem necessidade. Não me apeteceu, como diria minha avó.
            O que vale a pena ser levado em conta mesmo é o cenário social em que o enredo se constrói. Estamos falando da relação entre uma babá pobre, criando e educando duas crianças ricas. Porém, apesar de sua função e maior idade, ela se submete aos jovens o tempo todo, por medo, por necessidade social. O respeito e as opressões a impedem de educar efetivamente as crianças, controlá-las e de descobrir o mistério no final por não poder encará-las e confrontá-las. Senti mais medo pela narradora por conta dos seus patrõezinhos despóticos do que dos fantasmas em si. Incrível como o mundo dos vivos pode ser mais assustador que o dos mortos. Viva a sociedade!


Escrito por Unknown Data: 2/11/2015 08:11:00 PM 2 comentários LEIA TODO O TEXTO!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


Projeto Leituras Obrigatórias FUVEST e UNICAMP 2016

            Como a cada dois anos, mais ou menos, me aventuro novamente na leitura dos livros cobrados pelos maiores vestibulares do estado, decidi esse ano compartilhar com vocês minhas impressões. Justamente isso: IMPRESSÕES. Não tenho o intuito de transformar os posts nesse blog em resumos dos livros, aulas escritas, esquemas de estudo, nada disso, nem aulas online no canal do Youtube.
            Farei uma leitura como professora sim, mas é como leitora mundana que comentarei os livros por aqui, porque obviamente há uns dos que gosto mais, outros que detesto e quero poder falar abertamente sobre eles, sem a obrigação de analisá-los como faço em sala de aula. Mas com certeza alguma observação útil para o vestibular, alguma dica ou crítica pertinente, aparecerá sempre.
            Não sei ainda em que ordem irei reler os livros, mas creio que lerei um ou dois por mês.
            A lista para esse ano aumentou, pois a dona FUVEST e a dona UNICAMP se separaram, apesar de a maioria dos livros ser comum a ambas. Há livros de poemas, há romances e também contos avulsos e não livros inteiros do autor. Segue aí embaixo cada uma delas:
> Os livros comuns nas duas listas:
1. "Viagens na minha terra" - Almeida Garrett
2. "Til" - José de Alencar
3. "O cortiço" - Aluísio Azevedo
4. "Memórias Póstumas de Brás Cubas" - Machado de Assis
5. "Capitães da Areia" - Jorge Amado
6. "Sentimento do mundo" - Drummond

> Livros exclusivos da Fuvest
7. "Memórias de um sargento de milícias" - Manuel Antônio de Almeida
8. "A cidade e as serras" - Eça de Queirós
9. "Vidas Secas" - Graciliano Ramos

> Exclusivos da Unicamp:
10. "Terra Sonâmbula" - Mia Couto
11. "Amor" - Clarice Lispector (conto)
12. "A hora e a vez de Augusto Matraga" - Guimarães Rosa (conto)
13. "Negrinha" - Monteiro Lobato (conto)
14. "Sonetos" - Camões
15. "Lisbela e o prisioneiro" - Osman Lins
Escrito por Unknown Data: 1/28/2015 08:51:00 AM 5 comentários LEIA TODO O TEXTO!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Gabinho
            Acho que para uma marinheira de primeira viagem em quadrinhos, me dei bem. Nunca gostei de ler HQs. A não ser o famoso gibi, e sei que vou ser apedrejada por alguns por comparar uma coisa com outra, mas meu conhecimento sobre esse mundo é quase nulo. Sorry.
            Gabriel García Márquez é de longe meu autor favorito. E já estava mais do que na hora de ler uma biografia dele. Decidi, então, começar por uma lúdica, rápida. E uma bem condizente com meu momento, já que havia acabado de reler “Cem anos de solidão”, porque essa biografia se concentra na produção desse livro, ou seja, ele é mais centro da história do que o autor em si.
            Esse fato fez com que a narrativa fosse alinear. Começamos com a viagem que Gabo fez com a família para a praia, quando teve a brilhante ideia de como começar essa história que o atormentava há quase 20 anos. Depois só que migramos para sua infância, onde supostamente a história deveria ter começado. De volta ao romance, vamos para sua juventude, aí damos um pulo no Nobel, e de volta ao romance mais uma vez... e assim vamos indo. Adorei esses saltos no tempo, porque a memória do famoso livro ainda estava fresca e as digressões muito bem linkadas entre as pessoas reais que passaram pela vida do autor com as personagens do romance foram mais fáceis para mim. Entretanto, quando o ilustrador se propunha a desenhar as personagens do “Cem anos” em vez de se manter na vida de Gabo, eu me sentia meio frustrada, porque nenhuma delas foi condizente com a aura que criei para cada um.
            O livro é dividido em quatro partes, e as cores das ilustrações de cada uma muda concordantemente. A fase infantil, sonhadora, é azul; a que narra sua história de amor com Mercedes é vermelha, por exemplo. Esses capítulos deixam a história mais ordenada, mesmo se mantendo alinear. E mais fluida. Mais coerente.
            Trechos do livro aparecem. Parágrafos do seu discurso ao ganhar o Nobel também. A narrativa em sim não é ruim, bem leve, direta, típica dos quadrinhos. As falas são justas. O desenho é incrível. O papel é bom. O cheiro é demais. O Gabo é f***. Pronto. Falei.
Meu amor por ele só ficou maior ao saber dos sofrimentos pelos quais passou para criar obras tão fantásticas. Gênio de verdade é aquele que pena, que sofre para criar, pois dá mais valor, trabalho, suor, amor àquilo que produz. Só tenho agora mais orgulho de ser sua fã.

Ótimo livro para se ler acompanhado de “Cem anos”, para amar o Gabo, ou para, ao menos, respeitá-lo.
Escrito por Unknown Data: 1/19/2015 10:35:00 PM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!
Lendas nem tão conhecidas assim

            Se o seu interesse é encontrar um livro infantil que narre lendas brasileiras, mas fugir, ao mesmo tempo, do lugar comum, este é o seu livro. “No meio da noite escura tem um pé de maravilha” é um conjunto de contos, de causos, de micro-histórias, de lendas, fábulas, daquelas bem típicas de se contar pra criança antes de dormir, na rede ou ao redor de uma fogueira.
            Nada de caipora, curupira ou cuca. Temos princesas, camponeses, marinheiros, bruxas, fadas, e a dona morte. Mas ainda assim, tudo com muita cara de Brasil, por conta do ambiente onde vivem as personagens ou pelo simples e bom jeito de falar do brasileiro. A história é escrita como se estivesse sendo contada e nada de palavrões difíceis do tempo dos avós – nossos maiores contadores de histórias. A linguagem é oral, clara, descritiva do jeito certo, com as gírias atualizadas.
            O desenrolar das histórias varia com o propósito. Tem umas que contém músicas, outras rápidas no tom da aventura, outras mais pesadas por conta da mensagem mais profunda. Mas tudo facilmente compreensível para ser trabalhado e lido com uma criança de até uns 10 anos. Na verdade, ela pode ler sozinha. Nada da obra oferecerá resistência a um marinheiro de primeira viagem. A diagramação é boa: letras grandes, linhas espaçadas e tudo bem margeado na página. As ilustrações são belíssimas, lembrando as de cordel, mas que não entregam tudo de bandeja pros pequenos. Muito vai ser – e deve ser – requisitado da imaginação deles mesmos.

            Adorei a experiência e indico a todo pai, padrinho, professor que desejam entreter seus pequenos. Aos avós não. Porque estes não precisam de livros para inventar boas histórias.
Escrito por Unknown Data: 1/19/2015 09:47:00 PM 2 comentários LEIA TODO O TEXTO!

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Conclusão da Maratona Literária 24h

            Me propus a ter dedicação completa por 24h à leitura com o intuito de adiantar muita coisa que estava parada aqui e dar aquele último gás antes de voltas às aulas e ao trabalho. Mas não foi bem assim que aconteceu.
            Comecei a maratona às 23h59 do dia 07/01/15 e as três primeiras horas foram bem boas. Li bastante alternei minha leitura com apenas dois livros. Já as próximas três horas já foram muito desgastantes por causa do horário; eu sou um ser vivo diurno, então sofri muito pra me manter acordada, com total silêncio da casa e da cidade ao meu redor.
O dia veio, estava claro, tinha barulho e pessoas comigo, mas o problema não era mais o sono, mas sim a falta de concentração. Depois de mais de seis horas dedicada a uma atividade só, eu tinha que ler e reler várias vezes a mesma frase porque não retinha informação dos livros, alternava demais as leituras porque tudo me soava cansativo, cheguei a ler até palavras erradas que não faziam sentido na frase. Depois de um banho e café da manhã as coisas melhoraram, mas ainda sim estava cansada.
Depois do almoço é que o bicho pegou. Aquele calor, depois de comer, na hora da sesta, acordada a mais de trinta horas já... não adiantou nem descansar um pouco. Eu dormi a sono solto e só acordei porque me ligaram. Nem o despertador me convenceu a abrir os olhos. Foi apenas 1h40, mas furei a maratona. Porém acho que essa soneca veio pro melhor, porque acordei animada e consegui me concentrar muito mais nas leituras a partir de então.
Li ouvindo música, foquei em apenas um livro. E isso durou até de noite. Só mesmo depois das 22h que desisti de ler mais pelo cansaço e já corri editar os vídeos que gravei. Por falar nisso, gravar os vídeos era uma das poucas coisas que me animavam e me acordavam. Nem o chimarrão foi tão eficaz assim.
Conclusão: li a biografia do Gabo inteira, uns 10 capítulos da “Dança dos dragões”, metade do “Jazz & Co.”, e alguns contos da “Antologia da literatura fantástica”. Mas não toquei em “Casa grande & senzala”, nem “O amor nos tempos do cólera” que, na verdade, eram a minha meta mesmo, porque a leitura que tinha que fazer para eles era intensa, diferente, pois eram alvo de trabalho e não apenas diversão descompromissada. Acho eu uma maratona não cairia bem para esse tipo de obrigação.

A maratona foi mais divertida que produtiva. Foi mais cansativa do que esperava e por isso não estou nem um pouco animada de fazer outra tão cedo. Ainda sim, a experiência valeu. Mas só daqui algumas férias.
Escrito por Unknown Data: 1/09/2015 11:35:00 AM 4 comentários LEIA TODO O TEXTO!

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015


Maratona Literária 24h

As férias estão chegando ao final e aquela vontadinha de se dedicar à leitura se torna maior pra já matar as saudades do tempo que ficarei longe dela. Por isso me empolguei para fazer uma maratona de leitura e me inspirei em algumas já existentes, modificando-as para as condições que eu conseguiria seguir.
Seguem as regras:
1.      A maratona durará de 23h59 do dia 07/01/15 a 23h59 do dia 08/01/15.
2.     Poderei fazer pausas para que a parte animal do meu corpo continue funcionando, como comer, tomar banho, fazer xixi etc.
3.     Não recorrerei a descansos o quanto for possível, só em caso de proximidade de uma crise epiléptica.
4.     A dedicação só não será exclusiva à leitura se o sono estiver muito forte e me obrigar a fazer algo que me acorde, como lavar louça, ver um seriado, escutar uma música propícia a rave.
5.     A cada 1h postarei fotos no Instagram mostrando o livro que estou lendo, minha cara de sono, o local de tortura, essas coisas.
6.     A cada 3h gravarei um pequeno vídeo mostrando o que deu pra ler, o que lerei em seguida e se a maratona está funcionando ou não. Perdoem a cara amassada que poderá aparecer. Esses mini-vídeos serão depois juntados num único que será postado dia 09/01/15 no canal narrando minha experiência.
7.     Os livros selecionados para serem lidos são: “O amor nos tempos do cólera”, “A dança de dragões”, “Jazz & Co.”, “Casa grande & senzala”, “Antologia da literatura fantástica” e “Gabo”. Não tenho pretensão alguma de terminar qualquer ou desses livros. E só selecionei tantos por serem de gêneros diferentes e por isso passíveis de serem alternados sem enjoar.
8.     Sair viva.

Torçam por mim!
Escrito por Unknown Data: 1/07/2015 04:29:00 PM 1 comentário LEIA TODO O TEXTO!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Concluindo 2014

            Esse foi um ano em que me dediquei a conhecer autores novos, portanto corri a chance de ler muita tranqueira e foi o que aconteceu sim. Mas também descobri grandes amores. Faz parte da jogatina, nem sempre se tira a sorte grande. Mas a sensação final é que os ótimos escritores com quem me deparei fizeram valer até mesmo as leituras que não me agradaram.
            Resolvi, então, listar todos os livros que li esse ano. Marcar as releituras. Elencar os cinco piores e também os cinco melhores. E dormir tranquila com a sensação de missão cumprida.
            Vamos, então aos livros que gostaria de excluir da minha vida e de todo o resto da população para lhes poupar todo o sofrimento pelo qual passei. Seguem os cinco piores livros desse ano e a hierarquia dos números é pra valer:
5 (o menos pior) : “Verdade tropical” – Caetano Veloso
4 (ruim): “Cidades de papel” – John Green
3 (gastei meu tempo à toa) : “50 tons de cinza 2” – E. L. James
2 (quase morri) : “Dias & Dias” – Ana Miranda
1 (de cortar os pulsos mesmo) : “Apátrida” – Ana Paula Bergamasco
            Vamos para o Oscar dos melhores agora, valendo também a hierarquia:
5 (um lindinho) : “Maus” - Art Spiegelman
4 (meu xuxuzinho) : “Barba ensopada de sangue” – Daniel Galera
3 (é muito amor) : “Angústia” – Graciliano Ramos
2 (uauuuu!) : “Morte súbita” – J. K. Rowling
1 (a melhor surpresa do ano!!!!!) : “Fim” – Fernanda Torres
            Bom, mas agora os créditos de honra, né minha gente! Apesar de ter conhecido muitos autores novos como a Fernanda Torres, o Daniel Galera, a Socorro Acioli e ter amado todos, meu verdadeiro amor pelo estilo dele foi Michel Laub. Ele é incrível! Seus dois livros me surpreenderam, me encantaram e me deram pano pra manga em muitos debates sobre eles. E das releituras, não podia deixar de citar meu Drummonzinho, foi muito feliz revisitar “Contos de aprendiz” quando não sou mais tão pirralha assim e entender melhor a profundidade dos personagens e dos corações humanos. Seu conto “A doida” jamais sairá da minha cabeça.
            Bom, fechando agora com a listagem dos livros lidos, relidos, abandonados e começados em 2014 numa tentativa, talvez falha, de ordem de leitura, ao todo foram 53 livros completos, deles 7 eram releituras; 1 foi abandonado de verdade; e 4 estão em processamento:
   1.      Alice no País das Maravilhas
   2.     A página perdida de Camões
   3.     Barba ensopada de sangue
   4.     Cidades de papel
   5.     Verdade tropical
   6.     O grande Gatsby (releitura)
   7.     Angústia
   8.     A culpa é das estrelas
   9.     Contos de horror
   10.  Apátrida
   11.   E não sobrou nenhum (releitura)
   12.  A revolução dos bichos (releitura)
   13.  Poesia completa de Alberto Caeiro (releitura)
   14.  Carlos Drummond de Andrade – cadernos de literatura brasileira
   15.  Maus
   16.  Graciliano Ramos – Revista Graciliano
   17.  Segundo Tempo
   18.  Dias & Dias
   19.  Robinson Crusoé (adaptação pela Reencontro)
   20.  Contos de Aprendiz (releitura)
   21.  O encontro marcado
   22. Os meninos da Rua Paulo
   23. O orfanato da srta. Peregrine para crianças peculiares
   24.  Morte Súbita
   25. Cidade dos Ossos
   26. O livro amarelo do terminal
   27.  A contadora de filmes
   28.  Na escuridão, amanhã
   29. Vinícius de Moraes – série Encontros
   30.  A desumanização
   31.   A maçã envenenada
   32. Fim
   33. Cidade das cinzas
   34. Luna Clara & Apolo Onze
   35. Romanceiro da Inconfidência
   36. Naufrágios
   37.  Cinquenta tons mais escuros
   38. Holocausto brasileiro
   39. Rumo aos anéis de Saturno
   40. Voos e sinos e misteriosos destinos
   41.  Fernando Pessoa Antologia Poética
   42. Eu sou o mensageiro
   43. Canaã (processando)
   44. Casa grande &e Senzala (processando)
   45. Regresso ao Admirável Mundo Novo (processando)
   46. Tango da velha guarda (abandonado)
   47.  A Escola do Bem e do Mal
   48. A espuma dos dias
   49. [manual prático de bons modos em livrarias]
   50. O chamado do cuco
   51.  O velho e o mar
   52. Cem anos de solidão (releitura)
   53. Areia nos dentes
   54. Amor nos tempos do cólera (processando e releitura)
   55. A cabeça do santo
   56. Lua de larvas
   57.  A bailarina fantasma
   58. A vida do livreiro
Bom, acho que foi uma lista com mais livros bons que ruins, poucos médios. Acho que quase todos foi amor ou ódio! Vamos torcer para que essa lista de livros lidos aumente esse ano!

Desejo a todos os leitores, blogueiros, escritores, vlogueiros, ilustradores, editores e afins do mundo encantado da literatura um excelente 2015!
Escrito por Unknown Data: 1/05/2015 06:50:00 PM Comente! LEIA TODO O TEXTO!
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