Tomates
Tomates.
Vermelho. Amargo. Vida. Amarga. Tomate. Madrasta. Amarga. Partida. Triste. Tomate.
Família.
Não
vejo melhor maneira de descrever esta obra. Mas que coisa incômoda!
Descobri
que o tinha na prateleira no susto. Estava tentando organizar a fila de livros
não lidos – que, por sinal, é impossível de ser organizada já que muda conforme
o humor, o período do mês, o tamanho do livro, a tara e a preguiça -, e percebi
que “Vermelho amargo” estava na estante. Não me pergunte como ele foi parar
ali.
Já que
havia visto vários blogs no último mês comentando sobre ele, e também por ele
ser fininho, decidi dedicar meu sábado a ele. Peguei o volume de capa dura, que
se assemelha realmente à madeira, o que até dificulta seu manuseio. Sentei no
sofá e encarei as letras tão vermelhas quanto a capa. E fui embora. Sem conseguir
parar até terminar as míseras – porém intensas – 60 páginas.
O livro
é mais um conto que uma novela ou romance. Mas tem uma densidade inusitada para
tal gênero. É mais lírico que narrativo. E que poesia! Que linguagem! Toda definição
de prosa poética se encontra nele.
Uma família.
Muitas partidas. Uma nova mãe. Muita tristeza. E muitos... tomates. Eles compõem
toda a metáfora de dor, abandono, partida, saudade, tristeza e substituição que
o livro retrata. Lógico que teria que ser um tomate, comida odiada por metade
das crianças do mundo, inclusive por aquela que nos narra a história. E quanta
tristeza e quantos tomates para uma criança só.
Infelizmente
é impossível falar muito sobre esse livro, assim como é impossível falar sobre
um poema plenamente. Ele tem que ser lido.
Então mãos
a obra!
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